Hoje procurava ideias para
partilhar convosco e decidi vasculhar nas minhas memórias e orientá-las para
apoio de futuros pais, que, convenhamos, terão muitas dores de
cabeça…principalmente durante as noites e manhãs. Pensei em traumas que julgava erradicados das minhas perversas andanças juvenis, mas rapidamente
relembrei: espera lá…tu foste massacrado com vacinas, algo que temeste no
futuro do teu rebento. Como na minha infância cheguei à prodigiosa marca de 3
vacinas por semana…pasme-se…durante quase 1 ano, para tratar problemas de
alergias, fiquei apreensivo. Apesar de tio e padrinho, nos meus 39 anos nunca
tinha reflectido sobre a evolução do Plano Nacional de Vacinação…as únicas vacinas
que me preocuparam, para além das minhas, foram as dos gatos e cães. Nestas
deambulações, fui buscar a famosa caderneta de vacinas do plano nacional de
vacinação da minha filha.
Antes de vos detalhar os
pormenores, que variam conforme as regras dos responsáveis de saúde neste
departamento, apenas umas ideias sobre o choro dos filhos, a sua capacidade de
aguentar a dor e a capacidade das mães aguentarem as dores dos filhos. No meu caso,
fui sempre eu que fiz questão de levar a minha filha às vacinas, por razões
óbvias que já referi neste post, mas
porque, no que toca a educar um filho “a quatro mãos”, cada macaco ficará no
seu galho e com as suas devidas tarefas. Certo é que a mãe não
gosta do ritual e, como sabe o que penso, deixou essa missão, literalmente, nos
meus braços…porque meus amigos futuros pais, precisais de braços fortes para
agarrar, segurar, e, claro, dar muito mimo! A mãe já a carregou 9 meses...há que admirar.
Quando um pai leva uma filha à
vacina, a situação complica-se para ele, porque o homem, quando é mesmo
homem, tem o instinto de proteger a fêmea…muito mais a nossa cria. Por isso,
nesses dias, convém libertar a mente de qualquer atropelo, tomar um comprimido
de paciência para as esperas, espetar um sorriso à "joker”, engolir um DVD com as músicas preferidas da pimpolha e, obrigatoriamente, deitar uma borrifadela de água gelada no coração…
Chegados ao centro de saúde, procuramos
como loucos pela enfermeira simpática que picou da última vez a nossa filha e…suspiramos
quando é o turno dela ou ficamos em alerta quando avistamos um espécimen de enfermeira típica da nossa
infância…formaram a imagem?
É inegável a evolução da
formação, simpatia e carinho das enfermeiras que actualmente lidam com crianças. Eu pelo menos nada tenho a dizer.
Mas passemos agora a esse belo
livro que vos acompanhará nessas visitas, amarelinho, um mimo, que tem o título
de Boletim individual de Saúde, Registo de Vacinações…pois é, um título
extenso como o número de vacinas que a vossa filha receberá nos primeiros 18
meses de vida. Para quem não faz a menor ideia, como era o meu caso, são (incluindo
as facultativas aconselhadas por alguns pediatras) 24 vacinas. A sorte é que
algumas são bebíveis…mesmo sorte. Imagino a vossa carinha…24 vacinas em 18 meses…pois é…algumas
são no próprio dia…tipo…3 seguidas!
Eu fui um pai com muita sorte. A
minha filha era uma valente. Quase não chorava e, se o fazia, agarrava-se a mim
e em pouco tempo acalmava. Também nunca fez reacção às vacinas. Apenas um pouco
de gelo no próprio dia e tudo bem. Mas assisti a casos “dramáticos”…mas tudo se
resolve no final com um Ben-U-Ron pelo rabinho acima!
Mas depois da tempestade vem a
bonança…e, se o rebento for saudável, só aos 5 anos voltará a visitar o Centro
de Saúde mais próximo.
Agora percebo perfeitamente
porque o plano de vacinação é assim definido…é que depois dos 2 anos, os filhos partem-nos tanto a cabeça, que é apenas para poupar os pais nessa matéria durante algum tempo!!!!
Pergunta: O que fazer quando a
nossa filha chora nas vacinas?
Resposta: Muitos abraços, beijinhos e dizer ao ouvido: “é para teu bem, minha filha!”…pode ser que ela compreenda e nos perdoe!
Informação útil sobre o PNV
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