Amigos, lamento desde já a ausência prolongada que tem os seus motivos que serão justificados por atestado médico. Dito assim, parece que estou doente, mas a verdade é que não estou, pelo menos que o saiba. De qualquer modo, não há desculpas.
Sem mais demoras e esquecendo o papel burocrático que marina algures num ficheiro PDF (para que se saiba da ausência), volto num tema escaldante, como o dia sugere...o das bruxas.
Na minha remota infância, este dia era passado como todos os outros...a comer castanhas do castanheiro ainda agarradas à vida, cuspindo a casca e as dores ou rematando uns cascudos no menino mais tenro do rebanho. Nos meses seguintes poderia usufruir do estatuto de líder, desde que trouxesse um regimento de caramelos de Vigo ou uns Fá do mundial de Espanha...aí sim, era enorme aos olhos de todos. Mas dia das bruxas era mesmo algo estranho...bruxas só mesmo as empregadas de corredor das escolas ou algumas tias encalhadas consumidas por bolor e um cheiro estranho a naftalina...e, pensando bem...algumas moedas nos dias de páscoa ou na procissão dos passos...mas continuavam a ser vistas como bruxas.
Hoje o discurso é pouco saudável e americanizado...para mim, confesso, apenas aceito porque vejo que o grupo se diverte e comunga. Não é que tenha nada contra as bruxas...pelo contrário...saúdo o seu combate durante séculos contra as mentalidades. Mas influências dos EUA? até aceitaria, não fosse a semana de "tareia" americana sobre o nosso pais à beira-mar plantado: série americana fala mal sobre Portugal...série Family Guy goza com os portugueses...Joseph Blatter goza com CR7...houve de tudo...não sou fã de futebol ou séries...é mesmo do Family Guy que tenho dó...o argumentista desiludiu tremendamente e mostrou a ignorância do país...
Mas agora que desabafei e soltei a bruxa que há em mim, passo a contar o que se passou com a minha "bruxinha".
A manhã corria tranquila, como quase sempre, mas hoje o sol raiava e o azul prendia na certeza de que não durará nos próximos meses...mas isso é com os adultos.
A capa de bruxa, com estrelas, estava preparada pela avó materna...o chapéu de bruxa de cartolina não coube na cabeça por incompetência do pai e foi substituído pela máquina comercial do Jumbo. Mas a manhã trazia um lamento:
- Pai, eu não sou bruxa!
Pois não filha...é um dia de festa com os teus amigos...para fazer com que os medos desapareçam.
- Mas pai, eu não quero ir de bruxa...
- E como queres ir?
- De...bombeiro Sam...Pode ser?
- Hoje não...
Mas como transmitir algo que não nos diz nada? muito difícil.
A solução foi acelerara o percurso para o infantário e soltar as dores nos profissionais e amigos...
Pergunta: O que fazer quando a nossa filha diz que não quer ser bruxa?
Resposta: Preparem sempre um segundo disfarce do Dia das Bruxas
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