Alguém disse um dia, talvez tolhido como eu, que a vida é
lixada…gostaria de não pensar assim. Aliás, gostaria de nunca pensar
assim quando acordo todos os dias. Soa a depressão? Soa, mas tem a nota da
diferença…a reflexão. Mas pode um depressivo, porque reflecte, não ser
depressivo? Não. Mas tem algo de diferente quando apenas se sente depressivo e
não pensa sobre o seu estado.
Mas que "psicofilosofia" desgastada é esta num espaço dedicado
à paternidade e aos filhos? É tudo, porque todos nós, a não ser que estejamos
no limite da senilidade, pensámos e acordámos assim um dia. É lixado? É…É a
realidade? É…há solução? Talvez…
Há sempre um dia em que um pai acorda de ressaca ao som dos
berros da filha…filho…filhos.
Há sempre um dia em que não queremos ouvir e em que
preferíamos que a vida fosse diferente, principalmente em tempos de crise que
se arrastam como um vírus maldito.
Há sempre um dia em que acordamos e vemos o sorriso
maravilhoso da nossa filha que nos pergunta:
- Pai, já dormiste tudo? Podemos fazer um desenho?
E, no limite da nossa força, sorrimos e dizemos:
- Sim, meu amor, dormi e vou desenhar contigo…
Voltamos a nós, conscientes de que no passado, também por
algum motivo, fomos obrigados a acordar. Certamente sem a importância de um
filho que nos chama…mas não conseguimos deixar de pensar, bem no íntimo de nós
e sem preconceitos sociais e morais, que a vida é mesmo lixada…
Pergunta: O que fazer quando a nossa filha nos acorda para brincar?
Resposta: Enfiar o rosto em água gelada, limpar, sorrir e brincar!
Pergunta: O que fazer quando a nossa filha nos acorda para brincar?
Resposta: Enfiar o rosto em água gelada, limpar, sorrir e brincar!
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