terça-feira, 10 de setembro de 2013

Birra ou doente???


Amigos pais, desde que a minha filha nasceu que sinto que tudo na vida parece mais complicado. Deveria ser exactamente ao contrário, atendendo ao nível de felicidade do momento. O problema é mesmo a questão da idade. Já abordei este assunto e não quero ser chato, mas rapidamente repasso pela questão da paternidade tardia. Acredito que ela é saudável quando atingimos o equilíbrio interior e exterior que faz com que tenhamos uma tremenda dose de paciência. Mas quando estamos a viver momentos como o que atravessamos agora, de crise generalizada, não conseguimos deixar de sentir um nó no estômago quando olhamos para a nossa filha. Bem sei que tudo é cíclico, que a vida vai-se definindo, que já ultrapassámos fases complicadas, que no tempo dos nossos pais e avós…é tudo verdade, mas nessa altura eu não era pai.
É difícil estarmos sempre à altura do momento, sermos pais a 100%, com um sorriso nos lábios, disponíveis para brincar com os legos ou beber o chá feito na cozinha da nossa menina. Regra geral é um prazer. Também é certo que cada um exige de si o que entende. Eu talvez exija demais e, por isso, volta e meia, esta sensação.
Ontem a minha filha chegou do infantário com duas ferradelas no braço…olhei, entendi que estava tudo normal, fruto da ordem natural das coisas. Fomos no carro em amena cavaqueira, a cantar. Em casa brincámos de tudo e mais alguma coisa e só interrompemos quando ela quis jantar. A mãe chegou do trabalho e a princesa já estava pronta para o banho. Começou a fazer ligeiras birras com o banho, mas fiz uma sugestão para que a Minnie partilhasse a água e isso agradou a ponto de não querer sair da água. A primeira grande birra ganhou forma quando a mãe tentou vestir-lhe o pijama. Infelizmente o meu rebento está geneticamente preparado para nunca querer dormir, como muitos dos nossos filhos. Chega a hora de dormir e eles desfazem-se em graças, cantigas, jogos e frase como:

- Já é noite? Ainda não vou dormir, pois não?

- Não filha, ainda podes brincar mais um bocadinho…

Ontem ela parecia tensa, irritada e eu deduzi que as birras tivessem origem na tensão e ferradelas da colega da escola.
Foi dormir, após resistir, num lamento profundo que apenas cessou com um berro determinado (que só uso em doses mínimas para garantir o efeito). Pensei que no dia seguinte a princesa acordaria bela e bem disposta, como sempre.
Acordou pelas 5 da manhã numa conversa animada que ouvi pelo intercomunicador. Pareceu que já me tinha perdoado o berro. Como era muito cedo e tanto eu como a mãe estávamos KO’s…ela foi excepcionalmente convidada para a nossa cama, mas acordou novamente pelas 7 após rebolar com frequência.
A manhã foi de caras mal-humoradas…aqueles dias em que questionamos o porquê da paternidade (bem cá dentro de nós e rapidamente) e fazemos tudo com celeridade para que a princesa seja entregue no infantário para podermos respirar.
Mas senti que ela não estava normal enquanto conduzia. Pelo espelho reparava no rosto caído e pensei: “é o sono”. Chegou rapidamente ao infantário, para meu alívio, e ficou tranquila, sem birras, como é normal. Dei-lhe um beijo e desejei-lhe um dia feliz.
Pelas 11 da manhã recebo um telefonema do infantário:

- a sua filha está com 38,8 ºC. de febre!

Naquele momento, senti-me o pai mais injusto do mundo. É uma fase tão difícil. Não conseguimos separar muitas vezes a birra verdadeira da birra de quem está a ficar doente…não somos perfeitos…mesmo que queiramos muito!

Pergunta: O que fazer quando a nossa filha faz birra?

Resposta: ...depende...


Link muito útil para questões de doenças infantis e outros temas:



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