terça-feira, 24 de setembro de 2013

Fechem alas ao Noddy!!!


Quando era um petiz feliz e estudava numa escola que adorava (só soube disso mais tarde!), encontrei na biblioteca, que era excelente para a época dos idos anos 70, uns livros do Noddy. Eu gostava de ver a forma como os bonecos, brinquedos, ganhavam vida e tinham nomes estranhos, mas o que mais adorava era o taxi amarelo, que, há época, imaginava como carro do Noddy e não táxi do Noddy. Tenho também a nítida recordação do receio do Mafarrico...vá-se lá saber porquê.

Essa memória do Noddy desapareceu até que comecei a ouvir falar novamente no boneco com o barrete azul e um guizo. Razão? Fui tio pela primeira vez. Não dei a mínima importância e atirei a ideia para o canto mais recôndito do meu cérebro cansado...até que um dia a cegonha voou em torno da minha cabeça e largou um embrulho, por sinal, adorável. E esse presente, começou bem cedo a gostar do Noddy...e eu muito pouco ralado com esse prazer, uma vez que tinha breves momentos de tranquilidade. 

Até que comecei, lentamente, a implicar com o boneco:

1.º a música do genérico que nos persegue quase até...à morte!
2.º o facto de estar sempre um dia de céu azul em todos os episódios, com excepção de um dia de tempestade...é mesmo um sonho de uma autora inglesa!
3.º as vozes dos personagens que, no meu tempo, só poderia imaginar no meu cérebro enquanto via as imagens. Para curar este mal, comecei a imitar o Sr. Lei...seguindo o princípio da montanha, Maomé, etc, etc.
4.º o massacre dos "carrinhos" do Noddy nas grandes superfícies!!!

Na prática, este último ponto tornou-se o principal alvo da minha neurose...enquanto estaciono o carro para ir ao shopping, já liguei vários dispositivos de defesa anti-Noddy: evitas este piso, contornas aquele, sobes por aquela escada, prometes que passas por aquele sítio, queixas-te de dores por todo o lado e que fica para amanhã...vamos andando e vendo, pensava eu...até que recentemente, a princesa começou a desfrutar das viagens de carro. Na prática, passou a olhar com olhos de ver para o que estava para lá da janela do carro...e começou a ver muitas coisas interessantes e a ter diálogos fantásticos com este vosso amigo. E nos últimos tempos apareceu um comboio do Noddy...mesmo próximo do infantário, à porta de um café. Esse não seria um problema, mas sim o facto do comboio estar no campo de visão da minha filha quando estamos parados no último sinal vermelho antes de estacionar para a levar à escola. 

- Pai, é o Noddy e o comboio lá ao fundo, é?

- Sim filha, é.

- Podemos ir lá? 

- Um dia...

- Vamos lá?

- Um dia, filha...

- Páras para andar no comboio, por favor?

- Filha, quando voltares da escola no final do dia!

- É o Noddy no comboio, é?

- Sim, é.

- Vamos lá agora, pai, vamos?

Fico em silêncio e agradeço a luz verde enquanto amaldiçoou o Noddy, mas não consigo libertar-me da música dos desenho animados que me massacra até ao momento de deixar a princesa. Acho que ainda a estou a ouvir...abram alas para o Noddy...realmente foram tão abertas que está em toda a parte. Até no meu dia e sono agitados!


Alguma informação sobre a criadora do Noddy:

Sem comentários:

Enviar um comentário

Número total de visualizações de páginas