A ligação entre um pai e uma filha é única e indescritível.
Não há dúvida alguma que essa relação permanece ao longo de milénios e
deixa-nos, a nós pais, sem palavras em muitos e muitos momentos. Acredito que
permanecerá mesmo com o inevitável cavalgar do tempo.
A minha filha foi construindo, ao longo dos seus curtos dois anos e meio, uma imagem de pai herói. Certamente que essa ideia foi cimentada
no facto de eu estar mais presente do que a mãe, por força das circunstâncias
profissionais. E há uma natural ligação entre pai e filha que nos limita. Senão
vejamos: entre dar uma palmada num catraio ou numa menina (bem sei que já
condicionei a perspectiva do leitor!) qual a posição de um homem? Eles põem-se
a jeito, naquela natural patetice e elas, nas suas danças da “cabeça inclinada”,
beicinho, mãozinhas nos joelhos e olhar descaído, não nos dão qualquer
hipótese!