quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Quando falam sobre a morte...


Hoje fiquei contido quando ouvi a minha princesa falar que o cão imaginário dela estava doente e que, se não fosse ao veterinário, poderia morrer. Assim, do nada, quando nunca em casa ouviu falar em morte, ela, claro, ouviu algures.
Nos últimos meses até decidimos não abordar o facto do gato N. ter sido abatido…mas ela perguntou, claro, e nós dissemos rapidamente que foi para um lugar dos animais velhinhos…a coisa resultou.
Mas a verdade é que o assunto é real e não há tempo que resolva o fim do tempo terreno. Por isso, perguntei simplesmente:

- Filha, sabes o que é morrer?

- Não, o que é morrer?

- É…partir para um lugar tranquilo e feliz…

Foi o que me ocorreu responder, na certeza de que voltarei ao assunto de qualquer forma. A nossa herança católica, pesada e negra sobre a morte, leva-nos sempre a esquivar o assunto. Não sabemos como lidar, nem nunca saberemos, a não ser que voltemos a nascer num país asiático ou africano onde celebram a morte como a vida…não aqui, onde vivemos.

- Isso parece bom. Mas vamos ao veterinário que ele tem a pata ferida e pode morrer.

- Vamos, querida. Claro que que sim.

- Não vai para esse lugar…vai brincar!


Abordando o tema:

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