Tenho uma profunda ânsia em partilhar com a minha filha
pensamentos, pessoas, filosofias, princípios que regem a minha vida…bem ou mal.
É certo que a cada passo que ela dá, mais eu sinto que se aproxima o momento de
falar com ela, de forma perceptível, de factos, músicas, livros, poemas que
marcaram a minha adolescência, juventude e idade adulta. Estes sentimentos são
provas da nossa maturidade, disso não tenho dúvida, mas são também o lamento da
idade. Esta semana andei a remexer no meu passado…esses efeitos de vasculhar as
gavetas das casas dos pais, dos livros, dos escritos, dos poemas. Da salada
russa resultou um nome que é hoje um facto…nasceu um poema e uma música nos longínquos
anos 67 do século passado…de um grande “cantautor” brasileiro.
quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014
sábado, 1 de fevereiro de 2014
Isso não é importante!
Para mim as manhãs são sempre duras…muito duras. O meu relógio
biológico é mesmo assim. Começo lentamente, num estado de letargia, mas
eficiente. Tomo banho em transe, corto a barba como se a lâmina tivesse vida
própria, bebo água para purificar e…continua tudo igual.
Por volta das 10h da
manhã, o meu cérebro começa a dar sinais de vida “racional”…já estrutura alguns
raciocínios complexos, já começa a ter vontade própria. Ao longo do dia essa actividade
cerebral vai aumentando até atingir o pico por volta das 23h. Aí, com o clã
feminino a dormir, ele continua activo e nesse momento parece sorrir…estás
sozinho e podes dar largas à imaginação. Depois apaga-se lentamente, por volta
das 2 ou 3 da manhã. É a realidade.
sexta-feira, 31 de janeiro de 2014
A ternura do toque
Sou terrivelmente insatisfeito. Desde que me conheço que sou
assim, absurdamente insatisfeito. Consegui sobreviver a esta sensação fazendo o
máximo de actividades, sempre diferentes e aprendendo a cada dia que passava.
Sempre fiquei com a certeza de que se aprendesse algo diferente todos os dias,
acabaria a minha vida terrena mais completo. E continuo a pensar assim…mas com
menos tempo para mim.
A vida é perfeita na sua imperfeição. Nós é que muitas
vezes não estamos minimamente atentos a nada, nem damos importância a simples
momentos. Eu falo com a certeza destas palavras que escrevo, porque sou um dos
que ignora muitas vezes os sinais que a vida nos dá.
Mas hoje, enquanto estava deitado ao lado da minha filha, a ver desenhos animados na televisão, senti como podemos atingir a
felicidade com tão pouco, quando queremos tanto. A mão dela deslizava
lentamente na palma da minha mão. Aqueles pequenos dedos, ainda mais pequenos
na proporcionalidade, numa cumplicidade e ternura, deixaram-me
profundamente relaxado e feliz. E quanto me comoveu e quanto me revoltou, por
não saber gerir a minha insatisfação diária, quando talvez precise de tão pouco, que já é por si tanto…
quinta-feira, 23 de janeiro de 2014
Quando falam sobre a morte...
Hoje fiquei contido quando ouvi a minha princesa falar que o
cão imaginário dela estava doente e que, se não fosse ao veterinário, poderia
morrer. Assim, do nada, quando nunca em casa ouviu falar em morte, ela, claro,
ouviu algures.
Nos últimos meses até decidimos não abordar o facto do gato
N. ter sido abatido…mas ela perguntou, claro, e nós dissemos rapidamente que foi para um lugar dos animais velhinhos…a coisa resultou.
sexta-feira, 17 de janeiro de 2014
Como eles crescem!
Poucas palavras descrevem a rapidez evolutiva dos nossos
filhos. Esta afirmação, vista aos olhos dos outros, parece baba de orgulho, mas
garanto-vos que não é. São factos e os factos são expostos diariamente, são
fruto do quotidiano que passa, infelizmente muitas vezes, ao largo de pais
desatentos ou ausentes. Não sabem o que perdem.
quarta-feira, 15 de janeiro de 2014
A memória dos cheiros
Volto à escrita após as festas que nos consomem…a nós, pais. Mas
feitas as confissões, apresento os meus sinceros e conformados pedidos de
desculpa pela ausência. Não que me sinta um profícuo escritor, mas
há quem se tenha habituado e queixado…eu sei. Poucos, mas fiéis… como os tempos em que vivemos.
sábado, 7 de dezembro de 2013
Madiba para sempre!
Por vezes tenho a ânsia de passar todos os meus princípios e
conhecimentos para a minha filha. Essa ânsia é fruto do meu drama interior,
porque sinto que o tempo é precioso e que hoje não o valorizamos como devíamos.
Sinto a ânsia aumentar à medida que a minha filha se desenvolve e comunga
sensações e formula juízos, ideias, emoções. Ainda qua faça xixi de vez em
quando e use fralda para dormir, já é um ser na formação da sua personalidade e
na vontade de opinar. Para muitos pais, passará esta etapa pela rama. Para mim,
é tudo. Apenas posso sugerir que não o façam, que não desperdicem o momento.
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