Mais uma tarde “lamacenta” nesta cidade agitada. Fui buscar a minha filha ao infantário no horário habitual e sem grandes filas de trânsito. Entrei na sala dela como gosto sempre de fazer…muito devagar…observando ainda antes de abrir a porta, através do vidro, como o meu rebento se comporta e, principalmente, se está com um ar feliz. Desta feita, estava a um canto, a brincar com uma boneca, e parecia amuada. Quando entrei, ela gritou papá, correu para os meus braços e disparou:
Nesse preciso instante, varri a
sala em busca desse pequeno fedelho, qual lobo alfa da matilha, protector da minha
cria, para aniquilá-lo imediatamente com um olhar fulminante. Este instinto é
algo que qualquer pai conhece e dura alguns segundo e poderá prolongar-se
conforme a situação o permitir…claro que o bom senso regressa rapidamente, até
porque a educadora está lá, muitas vezes os próprios pais do fedelho observam,
e as nossas leituras de livros de pediatria fazem algum efeito…são todas
crianças…eu sei…
- Filha, o XPTO empurrou-te? Falaste
com XPTA? Sabes, deves falar sempre com a professora quando alguém te empurrar…
- Sim papá…
Ouvimos estas palavras a voar da
nossa boca, sentimos um ar “civilizado” e bons educadores. Temos consciência do
caminho certo e estamos a desempenhar um bom trabalho.
Saí com ela ao colo e não
consegui deixar de olhar para o fedelho uma última vez…estás marcado, pensei.
Pergunta: O que fazer quando a nossa filha nos diz que
algum colega a empurrou?
Resposta: Filha, empurra-o também…
Após a brincadeira do post, eis
um trabalho sério que importa ler:
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