Hoje, aliás ontem, no dia em que o meu pai fez anos, acordei
de um pesadelo. Eu tinha falecido e o meu corpo estava inerte e eu a
observá-lo. Nessa angústia, o que mais me deixou amargurado, foi ver a minha
filha a chorar…ela já era mais crescida e percebia o que se estava a passar…e
eu não conseguia comunicar com ela.
Vi a dor dela espelhada no meu sonho. Vi, como sempre, a dor
de não conseguir proteger…mas isso é impossível e nunca o poderemos ter plenamente,
ainda que o quiséssemos.
Recordei o grande Torga e o poema que ele escreveu quando a
mãe faleceu: